Realmente
Enoque não era do tipo que apreciava fazer as mesmas promessas, todos
os finais de ano, dizendo que no ano seguinte faria mais exercícios,
comeria mais frutas, passaria mais tempo com a família, investiria mais
tempo em oração, etc. Nada disso. Enoque era homem com hábitos bem
claros e que sabia aonde queria chegar. Não era muito afeito a
sentimentalismos típicos de Ano-Novo, mas optava por decisões
consistentes e duradouras. Isso ele aprendeu diretamente com seus pais e
com Deus. Aliás, o sujeito se tornou companheiro inseparável do Eterno.
Quem não conhecia Enoque, pensava que era
mais um louco. Parecia que, às vezes, falava sozinho enquanto
caminhava. Nem pensar em insanidade. Apesar da longevidade, Enoque não
tinha qualquer traço de senilidade. Tratava-se de um homem
bem lúcido,
capaz de ter uma boa palavra para quem se aproximava dele. Aliás, seus
conselhos valiam ouro. Com a experiência de dezenas de anos de vida e a
proximidade com o Criador, Enoque bem que podia cobrar até 500 mil
dólares por palestras. Ficaria rico em pouco tempo! Convites não
faltavam para se assentar nas várias rodas de ouvintes e a todos
procurava atender.
De vez em
quanto, entretanto, Enoque sumia temporariamente. Subia um monte,
afastava-se por um rápido período de tempo do povo em geral e ficava em
profunda reflexão com Seu grande amigo. Era a hora de providenciar uma
recarga especial de baterias. Mas longe de ser um ermitão, um cidadão
isolado, alheio às necessidades daqueles que conviviam com ele. Enoque,
com seus filhos, mantinha um bom relacionamento na comunidade. Homem de
ótima reputação; em resumo, era uma referência para quem tinha dúvidas
acerca de como as coisas funcionavam no reino celestial. Queria entender
um pouco mais de Deus? Não precisava navegar na web, nem assistir a
programas de TV ou comprar livros específicos. Bastava passar uns
minutos com Enoque que muitas dúvidas eram esclarecidas.
Dizem que o hábito faz o monge, mas, no
caso de Enoque, o hábito fez muito mais do que isso. Repetidamente esse
contato com o Eterno fez com que o próprio Deus resolvesse tomar uma
atitude meio “radical”. Resolveu recompensar o amigo da terra e o levou
para morar com Ele, só que no céu. Que presente de Ano-Novo! E, para
completar, recebeu um vislumbre do que seria o futuro com o Salvador da
humanidade. O que mais poderia querer o bem-aventurado Enoque?
Nada. Apenas desfrutar uma vida sem
passar pela morte. Privilégio de pouquíssimos, oportunidade ímpar que o
homem religioso, de hábitos cotidianos e de vida modesta, soube
aproveitar. Quem não passou um tempinho com Enoque, enquanto ele viveu
sua vida por aqui na terra, agora pode meditar no seu passado exemplar.
Se ele foi perfeito, isso eu não sei. Mas certamente é um modelo a ser
seguido por todos aqueles que não querem fazer apenas promessas em 2012,
mas tomar importantes decisões.
Para mim, Enoque, sem dúvida alguma, foi um homem reavivado espiritualmente.
*Para saber mais sobre Enoque, leia
Gênesis, a carta de Judas e o livro Patriarcas e Profetas, da escritora
norte-americana Ellen White
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