quinta-feira, 31 de maio de 2012

Música


A Situação Atual da Musica na Igreja


A situação já seria bastante séria se apenas o ritmo da musica fosse considerado, mas, quando as plataformas das Igrejas Adventistas do Sétimo Dia são tratadas como palcos seculares, quando os cantores se balançam em uníssono com a música como dançarinos numa fila de coristas ou artistas numa boate, a situação se torna alarmante. Se o Mestre entrasse em sua casa, como fez na passado, certamente ordenaria com autoridade: “Tirai daqui estas coisas” (João 2:16).

É necessário que se estudem quatro fatores essenciais, que serão a seguir citados:

1) A linha divisória entre a música aceitável ou não é, às vezes, estreita. Por exemplo, um ritmo ou a
maneira de apresentação de uma determinada música tem pouca ou nenhuma diferença daqueles encontradas em outra. No entanto uma delas e sacra, vinda de cima, a outra e profana, vinda de baixo. Isto leva alguns líderes a dizerem: “Música não é minha especialidade”, e assim lavam suas mãos do problema. Outros ainda dizem: “Não julgue, tão somente participe”.

Infelizmente estas declarações são irresponsáveis e sem sentido. João 7:17 diz “que se alguém quiser fazer a vontade dEle, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus, ou se falo por mim mesmo”. Todo o ser humano é capaz, com a graça de Deus, de fazer a distinção entre a musica aceitável e a inaceitável.

2) Outro fator contribuinte da decadência na música da igreja é que muitas pessoas em posição de liderança procuram subestimar a importância de cuidadosa discriminação na escolha da música. Freqüentemente protestam: “Que diferença faz?” “Isto não é assim tão importante.” “Estão fazendo disto um cavalo de batalha…”

Talvez nos impressionasse mais essa maneira de pensar, se não conhecêssemos a história de Adão e Eva. Mas quando lembramos do fruto da árvore do conhecimento não era visivelmente diferente do fruto de outras árvores do Jardim, sentimos que algumas “pequenas” diferenças não são de fato “pequenas” - elas são “enormes”! Todos os que sinceramente desejam agradar a Deus, não as trarão levianamente. Procurarão ver as coisas como Deus as vê, e ouvi-las como Deus as ouve.

3) O gosto pessoal, tanto de jovens como de idosos estão levando a fazer pouco caso do uso ou não de música falsificada, simplesmente por que eles gostam e tem prazer em cantá-las.

4) O quarto fator é que algumas pessoas são tão desprovidas de senso de crítica, quanto a seus pontos de vista, que estão dispostas a permitir qualquer tipo de música em seu lar, na escola, ou na igreja, baseadas no argumento de que esta é a maneira de manter os jovens sob o “manto” adventista.

A Igreja nunca presta um serviço ao pecador, comprometendo-se com o mundo. E melhor que os não regenerados permaneçam fora da Igreja até que se submetam aos princípios da igreja, do que ela se tornar semelhante ao mundo, alistando como membros, aqueles que desejam trazer suas normas, seus costumes e gostos consigo.

Será que a Igreja de Laodicéia, através de sua mornidão e satisfação própria, permanecera indiferente aos perigos que enfrenta? Permitirá ela que costumes, normas e valores mundanos alterem gradativa e imperceptivelmente sua natureza distinta? Tornar-se-á a música do mundo, música da igreja? Mas o que declara a palavra de Deus sobre tal assunto?

A resposta, cabe aos responsáveis pela liderança da Igreja nestes tempos solenes, e aos que suspiram e gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela ( Ezequiel 9:4).
Kenneth H. Wood (falecido), foi por 16 anos editor-chefe da Adventist Review (Revista Adventista, em inglês), e por 28 anos o diretor do Centro E.G. White. O presente artigo foi o editorial da Review and Herald de 20/01/72.

Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música

Votado: Aprovar a Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música, como segue:

Deus compôs a música exatamente na estrutura de Sua criação. Lemos que, quando Ele criou todas as coisas, "as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus" (Jó 38:7). O Livro do Apocalipse retrata o Céu como um lugar de louvor incessante, com hinos de adoração a Deus e ao Cordeiro ressoando de todas as partes (Apocalipse 4:9-11; 5:9-13; 7:10-12; 12:10-12; 14:1-3; 15:2-4; 19:1-8).

Visto que Deus criou os seres humanos à Sua imagem, partilhamos do amor e apreciação pela música com todos os Seus seres criados. Na verdade, a música pode nos atingir e tocar com um poder que vai além das palavras ou qualquer outro tipo de comunicação. Na sua forma mais pura e refinada, a música eleva nosso ser à presença de Deus, onde anjos e seres não caídos O adoram com cânticos.

O pecado, porém, lançou sua praga sobre a Criação. A imagem divina foi desfigurada e quase apagada. Em todos os aspectos, este mundo e as dádivas de Deus vêm a nós com uma mistura de bem e mal. A música não é moral nem espiritualmente neutra. Pode nos levar a alcançar a mais exaltada experiência humana, pode ser usada pelo príncipe do mal para degenerar e degradar, para suscitar a luxúria, paixão, desesperança, ira e ódio.

A mensageira do Senhor, Ellen G. White, nos aconselha continuamente a elevar nosso conceito a respeito da música. Ela nos diz: "A música, quando não abusiva, é uma grande bênção; mas quando usada erroneamente, é uma terrível maldição." – O Lar Adventista, pág. 408.

"Corretamente empregada, porém, é um dom precioso de Deus, destinado a erguer os pensamentos a coisas altas e nobres, a inspirar e elevar a alma." – Educação, pág. 167.

Quanto ao poder da música, ela escreve: "É um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais. Quantas vezes, ao coração oprimido duramente e pronto a desesperar, vêm à memória algumas das palavras de Deus – as de um estribilho, há muito esquecido, de um hino da infância – e as tentações perdem o seu poder, a vida assume nova significação e novo propósito, e o ânimo e a alegria se comunicam a outras pessoas! ... Como parte do culto, o canto é um ato de adoração tanto como a oração. Efetivamente, muitos hinos são orações. ... Ao guiar-nos nosso Redentor ao limiar do Infinito, resplandecente com a glória de Deus, podemos aprender o assunto dos louvores e ações de graças do coro celestial em redor do trono; e despertando-se o eco do cântico dos anjos em nossos lares terrestres, os corações serão levados para mais perto dos cantores celestiais. A comunhão do Céu começa na Terra. Aqui aprendemos a nota tônica de seu louvor." – Educação, pág. 168.

Como adventistas do sétimo dia, cremos e pregamos que Jesus virá novamente, em breve. Em nossa proclamação mundial da tríplice mensagem angélica, de Apocalipse 14:6-12, conclamamos a todas as pessoas a aceitarem o evangelho eterno para louvar a Deus o Criador, e a se prepararem para encontrar o Senhor. Desafiamos a todos que escolhem o bem e não o mal a renunciar "à impiedade e às paixões mundanas, [vivermos] no presente mundo sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus". (Tito 2:12, 13.)

Cremos que o evangelho exerce impacto em todas as áreas da vida. Por conseguinte, sustentamos que, por causa do vasto potencial da música para o bem ou para o mal, não podemos ser indiferentes a ela. Embora reconhecendo que o gosto, na questão da música, varia grandemente de indivíduo para indivíduo, cremos que a Bíblia e os escritos de Ellen G. White sugerem princípios que podem formar nossas escolhas.

A expressão "música sacra" é usada neste documento para se referir, normalmente, à música religiosa. Designa a música que se centraliza em Deus, em temas bíblicos e cristãos. Na maioria dos casos, é música composta para ser utilizada nos cultos, nas reuniões de evangelismo ou na devoção pessoal, e pode ser música vocal e instrumental.

No entanto, nem toda música considerada sacra ou religiosa, pode ser aceitável para um adventista do sétimo dia. A música sacra não deve evocar associações seculares ou sugerir a conformação com normas de pensamento ou comportamento da sociedade em geral.

"Música secular" é uma música composta para ambientes alheios ao serviço de culto ou de devoção pessoal e apela aos assuntos comuns da vida e das emoções básicas do ser humano. Tem sua origem no homem e é uma reação do espírito humano para a vida, para o amor e para o mundo em que Deus nos colocou. Pode elevar ou degradar moralmente o ser humano. Embora não esteja destinada a louvar a Deus, pode ter um lugar autêntico na vida do cristão. Em sua escolha devem ser seguidos os princípios apresentados neste documento.
Princípios que Orientam o Cristão

A música com a qual o cristão se deleita deve ser regida pelos seguintes princípios:

Toda música que se ouve, toca ou compõe, quer seja sacra ou secular, deve glorificar a Deus.

"Portanto, quer comais quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus." (I Coríntios 10:31.) Este é o princípio bíblico fundamental. Tudo o que não atende a esse elevado padrão, enfraquecerá nossa experiência com Ele.

Toda música que o cristão ouve, toca ou compõe, quer seja sacra ou secular, deve ser a mais nobre e melhor.

"Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai." (Filipenses 4:8.) Como seguidores de Jesus Cristo, que aguardam e esperam unir-se ao coro celestial, vemos a vida na Terra como um preparo para a vida no Céu e uma antecipação dela.

Desses dois fundamentos – glorificar a Deus em todas as coisas e escolher o mais nobre e o melhor – dependem os demais princípios relacionados abaixo, para a escolha musical.

A música se caracteriza pela qualidade, equilíbrio, adequação e autenticidade. A música favorece nossa sensibilidade espiritual, psicológica e social, como também nosso crescimento intelectual.

A música apela tanto ao intelecto como às emoções, afetando o corpo de forma positiva.

A música revela criatividade e obtém melodia de qualidade. Se harmonizada, deve ser usada de uma forma interessante e artística, com um ritmo que a complemente.

A música vocal emprega versos que estimulam positivamente a capacidade intelectual como também nossas emoções e nosso poder da vontade. Os bons versos são criativos, ricos no conteúdo e bem compostos. Focalizam no positivo e refletem os valores morais; instruem e enaltecem; e estão em harmonia com a sólida teologia bíblica.

Os elementos musicais e literários operam juntos e em harmonia para influenciar o pensamento e o comportamento em concordância com os valores bíblicos.

A música mantém judicioso equilíbrio dos elementos espiritual, intelectual e emocional.
Devemos reconhecer e aceitar a contribuição de culturas diferentes na adoração a Deus. As formas e instrumentos musicais variam grandemente na família mundial adventista do sétimo dia, e a música proveniente de uma cultura pode soar e parecer estranha a outra cultura.

Fazer música adventista do sétimo dia requer a escolha do melhor. Nessa tarefa, acima de tudo, nos aproximamos de nosso Criador e Senhor e O glorificamos. Cumpre-nos aceitar o desafio de ter uma visão musical diferenciada e viável, como parte de nossa mensagem profética, dando assim uma contribuição musical adventista importante e mostrando ao mundo um povo que aguarda a breve volta de Cristo.

Orientações com Relação à Música para a Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul
A Igreja Adventista do Sétimo Dia surgiu em cumprimento à profecia. Foi escolhida como um instrumento divino para proclamar, a todo o mundo, as boas novas de salvação, pela fé no sacrifício de Cristo, e em obediência aos Seus mandamentos, com o objetivo de preparar um povo para o retorno de Jesus.

A vida daqueles que aceitam essa responsabilidade deve ser tão consagrada como sua própria mensagem. Esse princípio se aplica, de maneira especial, àqueles que, através da música, têm a missão de conduzir a igreja de Deus na adoração, no louvor e na evangelização, uma vez que “a música só é aceitável a Deus quando o coração é consagrado e enternecido e santificado”. – Ellen White, Carta 198 – 1895. É preciso primeiro receber para depois oferecer. É preciso ter um compromisso pessoal com a mensagem, para depois poder transmiti-la. É preciso ter um encontro pessoal com Deus, para então, reconhecer Sua santidade, desenvolvendo assim uma adequada sensibilidade musical.

Diante dessa realidade, aqueles que produzem, selecionam ou executam a música usada na igreja, necessitam de muita comunhão, sabedoria, orientação e apoio. Precisam ter a visão da grandeza do ministério que tem em suas mãos, bem como o máximo cuidado ao fazerem suas escolhas. “Não é suficiente conhecer os rudimentos do canto; porém, aliado ao conhecimento, deve haver tal ligação com o Céu que os anjos possam cantar através de nós.” – Ellen White, Manuscrito 306, maio de 1874.

A música é um dos maiores dons dados por Deus e, por isso mesmo, ela se constitui em um elemento indispensável no processo de crescimento cristão. “A música é um dos grandes dons que Deus concedeu ao homem, e um dos elementos mais importantes num programa espiritual. É uma avenida de comunicação com Deus, e é um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais.” – Educação, pág. 167.

Ela exerce influência sobre assuntos de conseqüências eternas. Pode elevar ou degradar, e ser empregada tanto para o bem como para o mal. "Tem poder para subjugar naturezas rudes e incultas, poder para suscitar pensamentos e despertar simpatia; para promover a harmonia de ação e banir a tristeza e os maus pressentimentos, os quais destroem o ânimo e debilitam o esforço." Ibidem.

A música é um dos elementos mais importantes em cada atividade da igreja, e por isso deve ser utilizada sempre de maneira edificante. "O canto é um dos meios mais eficazes para gravar a verdade espiritual no coração. Muitas vezes se têm descerrado pelas palavras do canto sagrado, as fontes do arrependimento e da fé." – Evangelismo, pág. 500.

Buscando o crescimento da área de música, de cada músico envolvido e da igreja como um todo, é que são apresentadas as orientações a seguir. Desta maneira, tem-se um complemento aos princípios apresentados pela Associação Geral, e devem direcionar a música dentro da Igreja Adventista na América do Sul. Sua aceitação vai proporcionar sábias escolhas, o cumprimento da missão e a conquista de melhores resultados.

Tendo em vista identificar corretamente o papel da música e dos músicos adventistas, toda a atividade musical da igreja deverá ser chamada de Ministério da Música. Assim, os músicos adventistas passarão a ter uma visão clara de seu papel como ministros, e a igreja, uma visão distinta da música, seu objetivo e sua mensagem, como um ministério.

I. O Músico

Deve cultivar uma vida devocional à altura de um cristão autêntico, baseada na prática regular da oração e da leitura da Bíblia.

Precisa, por meio de sua música, expressar seu encontro pessoal com Cristo.

Trata a música, em conseqüência, como uma oração ou um sermão, preparando-se espiritualmente para cada apresentação. (Ver Evangelismo, pág. 508.)

Deve representar corretamente, em sua vida, os princípios da igreja e refletir a mensagem das músicas que apresenta, edita ou compõe.

Deve estar em harmonia com as normas da igreja, vivendo os princípios de mordomia cristã e sendo membro ativo de uma igreja local.

Precisa aplicar a arte, em todas as suas atividades, como um ministério. Não destaca sua imagem pessoal, mas sim a mensagem a ser transmitida.

Cuida de sua aparência pessoal, para que reflita o padrão de modéstia e decência apresentado pela Bíblia.

Canta com entoação clara, pronúncia correta e perfeita enunciação. (Ver Obreiros Evangélicos, pág. 357.)

Evita tudo o que possa tirar a atenção da mensagem da música, como gesticulação excessiva e extravagante e orgulho na apresentação. (Ver Evangelismo, pág. 501.)

Evita, em suas apresentações, a amplificação exagerada, tanto vocal como instrumental.

Evita o uso de tonalidades estridentes, distorções vocais ou instrumentais, bem como o estilo dos cantores populares.

Respeita o ambiente da igreja e as horas do sábado ao vender seus materiais.

Deve receber orientação e apoio espiritual da liderança do Ministério da Música, líderes da igreja e do pastor local.

II. A Música

Glorifica a Deus e ajuda os ouvintes a adorá-Lo de maneira aceitável.
Deve ser compatível com a mensagem, mantendo o equilíbrio entre ritmo, melodia e harmonia (I Crônicas 25:1, 6 e 7).

Deve harmonizar letra e melodia, sem combinar o sagrado com o profano.

Não segue tendências que abram a mente para pensamentos impuros, que levem a comportamentos pecaminosos ou que destruam a apreciação pelo que é santo e puro."A música profana ou a que seja de natureza duvidosa ou questionável, nunca dever ser introduzida em nossos cultos". – Manual da Igreja, pág. 72.

Não se deixa guiar apenas pelo gosto e experiência pessoal. Os hábitos e a cultura não são guias suficientes na escolha da música. "Tenho ouvido em algumas de nossas igrejas solos que eram de todo inadequados ao culto da casa do Senhor. As notas longamente puxadas e os sons peculiares, comuns no canto de óperas, não agradam aos anjos. Eles se deleitam em ouvir os simples cantos de louvor entoados em tom natural." – Ellen White, Manuscrito 91.

Não deve ser rebaixada a fim de obter conversões, mas deve elevar o pecador a Deus. (Ver Evangelismo, pág. 137.) Ellen White diz que "haveriam de ter lugar imediatamente antes da terminação da graça ... gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo. O Espírito Santo nunca Se revela por tais métodos, em tal balbúrdia de ruído. Isto é uma invenção de Satanás para encobrir seus engenhosos métodos para anular o efeito da pura, sincera, elevadora, enobrecedora e santificante verdade para este tempo." – Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 36.

Provoca uma reação positiva e saudável naqueles que a ouvem.

III. A Letra

Deve ser de fácil compreensão e estar em harmonia com os ensinamentos da Bíblia.
Deve ter valor literário e teológico consistente. Não usa letras levianas, vagas e sentimentais, que apelem somente às emoções.

Não é superada pelos arranjos ou instrumentos de acompanhamento.

Mantém o equilíbrio entre hinos dirigidos a Deus e cânticos que contêm petições, apelos, ensinos, testemunhos, admoestações e encorajamento (Colossenses 3:16; Efésios 5:19).
Deve evitar ser apresentada em outra língua, que não a nativa, para que possa ser compreendida e os ouvintes, edificados.

IV. O Louvor Congregacional

Deve ser mais valorizado, pois através dele toda a igreja é envolvida. “Nem sempre o canto deve ser feito por apenas alguns. Tanto quanto possível, permita-se que toda a congregação participe.”– Testimonies, vol. 9, pág. 144. Os momentos de louvor congregacional:

Envolvem a participação de todos no culto.

Harmonizam o coração do homem com Deus.

Exercem uma influência unificadora do povo de Deus em um só pensamento.

Dão oportunidade para expressar as emoções e sentimentos pessoais.

Fortalecem o caráter.

Tem grande valor educacional.

Destacam um bom princípio de mordomia, desenvolvendo um talento dado por Deus.

Dirigem o ouvinte a Cristo.

Não deve ser utilizado para preencher espaços vagos, ou imprevistos. Deve estar inserido dentro de qualquer culto ou programa, em momento nobre, valorizando sua importância.

Não deve ser realizado de maneira fria, automática ou despreparada. Os hinos a serem cantados e a mensagem a ser exposta devem ter ligação entre si, fruto do planejamento e da cuidadosa organização entre os líderes e o Ministério da Música. (Ver Testemunhos Seletos, vol.1, pág. 457.)

Sempre que possível, o ministro do louvor deve ocupar um lugar à plataforma, como um dos participantes no culto de adoração.

Devem ser estimulados grupos musicais que envolvam uma boa quantidade de pessoas. “Raras vezes deve o cântico ser entoado por uns poucos.” – Conselhos Sobre Saúde, pág. 481.
Deve haver um cuidado especial para não utilizar músicas que apenas agradem os sentidos, tenham ligação com o carismatismo, ou tenham predominância de ritmo.

V. Os Instrumentos

Os instrumentistas da igreja devem sempre ser estimulados a participar dos cultos de adoração, com instrumental ao vivo. Ellen White recomenda que o canto "seja acompanhado por instrumentos de música habilmente tocados. Não nos devemos opor ao uso de instrumentos musicais em nossa obra.” – Testimonies, vol. 9, pág. 143.

Deve haver muito cuidado ao serem usados instrumentos associados com a música popular e folclórica ou que necessitem de exagerada amplificação. Quando mal utilizados, concorrem para o enfraquecimento da mensagem da música.

O uso de play-backs deve ser uma alternativa para momentos especiais. Devem ser utilizados de modo equilibrado, sempre em apoio ao canto congregacional.

O instrumental deve ocupar seu papel de acompanhamento, dando prioridade à mensagem. “A voz humana que entoa a música de Deus vinda de um coração cheio de reconhecimento e ações de graças, é incomparavelmente mais aprazível a Ele do que a melodia de todos os instrumentos de música já inventados pelas mãos humanas.” – Evangelismo, pág. 506.

Deve ser priorizada por orquestras, bandas e outros grupos instrumentais a apresentação de músicas que estejam dentro das recomendações da igreja e que edifiquem seus ouvintes.

VI. As Produções Musicais

As produções musicais adventistas devem se caracterizar pelo destaque dado à nossa mensagem distintiva.

Compositores, arranjadores, produtores e arregimentadores devem priorizar, valorizar e trabalhar com músicos que estejam comprometidos com os princípios musicais da igreja.
As produções musicais das instituições adventistas devem ser paradigmas dos valores musicais da igreja.

Atenção e cuidado especial devem ser dados às produções vendidas nas lojas de propriedade da igreja, para que reflitam nossos valores musicais.

As músicas apresentadas nas rádios e TVs de propriedade da igreja devem refletir, também, nossos valores musicais. Elas possuem influência destacada, formam a cultura musical da igreja e se tornam uma referência musical da igreja para os ouvintes e telespectadores.

VII. A Educação Musical

Deve ser considerada a possibilidade de apoiar as crianças em seu treinamento musical a fim de preparar futuros músicos que possam servir à igreja. Este apoio poderá ser dado através de professores de música da própria igreja ou patrocinar aulas de música para algum interessado.

A música deve ser valorizada e bem trabalhada nos lares cristãos. A instrução e a formação de um saudável gosto musical devem começar cedo na vida das crianças. Os pais precisam conversar com os filhos, orientá-los e ser um modelo positivo para eles, escolhendo com sabedoria a música que será utilizada em casa.

A Educação Adventista deve estimular os alunos no aprendizado de instrumentos musicais, leitura de partituras e cântico vocal em corais ou grupos.

As apresentações musicais em todas as instituições educacionais adventistas do sétimo dia devem estar em harmonia com as diretrizes da igreja. Isso se aplica aos talentos locais como também a artistas e grupos visitantes. O mesmo se aplica para o uso da mídia de entretenimento (filmes e outros) patrocinada oficialmente pela instituição.

VIII. A Administração da Música na Igreja

Cada igreja deve ter sua comissão de música devidamente organizada e mantendo reuniões regulares. A administração do Ministério da Música não deve estar nas mãos de apenas uma pessoa.

Devem ser realizadas palestras, sermões, seminários ou festivais de louvor envolvendo cantores ou grupos e fortalecendo o envolvimento com a igreja e seus princípios musicais.

A liderança da igreja deve encorajar os membros a desenvolverem seus talentos musicais, estabelecendo um coral, quarteto, grupo musical, orquestra ou fortalecendo um talento individual.

A igreja deve, dentro do possível, procurar adquirir algum instrumento musical próprio para fortalecer o louvor e a formação musical.

A direção do Ministério da Música deve organizar e providenciar música especial e um responsável pelo louvor congregacional para todos os cultos da igreja.

A saída ou recebimento de grupos musicais ou cantores deve ser acompanhada de uma recomendação oficial da igreja da qual são membros. Essa atitude valoriza os bons músicos e traz segurança à igreja.

A música não deve ser motivo de discussões ou atitudes radicais. A busca pelo padrão divino deve ser guiada pelo amor e oração e não pela imposição.

IX. A Música no Evangelismo

Sempre que possível, uma apresentação musical deve conter uma mensagem bíblica, um apelo ou o oferecimento de um curso bíblico àqueles que ainda não sejam batizados, buscando levá-los a Jesus.

Grupos musicais e cantores devem buscar maneiras de atuar diretamente, e de forma sistemática, nas campanhas missionárias e evangelísticas da igreja, ou desenvolver seus próprios projetos para cumprir a missão.

X. A Música no Culto

A música deve ocupar um lugar tão especial quanto a oração e a mensagem da Bíblia, dentro do culto e da adoração a Deus. Ela é um sacrifício de louvor, um meio de promover o crescimento espiritual, de glorificar a Deus e dirigir o ouvinte a Ele.

A música especial ou o louvor congregacional deve estar em harmonia com a mensagem bíblica que será apresentada. Isso fortalece o seu impacto.

A música para o culto deve ter beleza, emoção e poder. (Ver Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 457.)

A música deve ser escolhida de maneira específica para cada ambiente, programa ou culto da igreja. "Os que fazem do cântico uma parte do culto divino, devem escolher hinos com música apropriada para a ocasião, não notas de funeral, porém melodias alegres e, todavia, solenes." – Evangelismo, pág. 508.

XI. A Equipe de Áudio e Vídeo

Deve trabalhar em parceria com o Ministério de Música no planejamento e organização do programa musical da igreja.

Mantém os princípios apresentados neste documento, especialmente no que diz respeito ao uso de materiais sonoros e visuais na adoração, louvor e liturgia.

Oferece apoio técnico aos cantores, músicos, grupos vocais e instrumentais, antes e durante as apresentações, visando à boa qualidade na adoração e louvor.

XII. Músicas Seculares

Os princípios de escolha musical devem servir tanto para a música “sacra” quanto para a “secular”. Em momento algum deixamos de ser filhos e filhas de Deus que buscam glorificá-Lo em todas as coisas. Escolhemos sempre e apenas o melhor.

A escolha da música “secular” deve ser caracterizada por um equilíbrio saudável nos elementos do ritmo, melodia e harmonia com uma letra que expresse ideais de alto valor.

Em programas especiais, dentro da igreja, tais como: cerimônias de casamento, cultos de ação de graças, seminários e outros, deve haver cuidado especial na escolha das músicas.

Conclusões

Vivemos um momento difícil em que cada vez mais as pessoas e as sociedades expressam sentimentos religiosos sem uma clara orientação cristã e bíblica. A música tornou-se uma questão fundamental que requer discernimento e decisão espirituais. Conseqüentemente, devemos fazer estas importantes perguntas enquanto buscamos fazer boas escolhas musicais:
A música que estamos ouvindo ou apresentando tem consistência moral e teológica tanto na letra como na melodia?

Qual a intenção que está por trás da música? Ela transmite uma mensagem positiva ou negativa? Glorifica a Deus (I Coríntios 10:31) e oferece o que é mais nobre e melhor (Filipenses 4:8)?
O propósito da música está sendo transmitido com eficácia? O músico está promovendo uma atmosfera de reverência? A letra e a música dizem a mesma coisa?

Estamos buscando a orientação do Espírito Santo na escolha da música religiosa e secular?

O conselho de Paulo é claro: “Cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.” (I Coríntios 14:15). Não há dúvida de que a música é uma expressão artística, que toca os sentimentos. Isto nos leva a avaliar, escolher e produzir a música de maneira racional, tendo em vista o seu poder, e buscando cumprir o propósito de Deus para a edificação da igreja e a salvação do mundo.

Não podemos esquecer que “A música é de origem celestial. Há grande poder na música. Foi a música dos anjos que fez vibrar o coração dos pastores nas planícies de Belém e envolveu o mundo todo. É através da música que os nossos louvores se erguem Àquele que é a personificação da pureza e harmonia. É com música e cânticos de vitória que os redimidos finalmente tomarão posse da recompensa imortal.” – Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 335.

Cristão pode ouvir musica secular?

A Música secular

De Acordo com a Wikipédia, a música secular é em oposição à música cristã (ou ainda à música sacra), a música destituída da temática religiosa. Na mundo ocidental, começou a desenvolver-se no fim da idade média, por consequência do enfraquecimento do poder da Igreja Católica, que outrora influenciava todos os aspectos da vida medieval, incluindo a música.

O Pecado

Quando ouvimos a palavra "pecado", lembramos imediatamente de I João 3:4 - "Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei; de fato, o pecado é a transgressão da Lei." ou na versão Almeida Revisada - "Todo aquele que vive habitualmente no pecado também vive na rebeldia, pois o pecado é rebeldia." ou seja, quem peca, é quem faz obras do diabo, o pecado é tudo aquilo que nos afasta de Deus e da Sua vontade.

É Pecado Ouvir Música Secular?

Essa não é uma pergunta para se responder SIM ou NÃO. A Música Secular não deve ser ouvida dentro da Igreja, “Não profanareis o meu santo nome, e serei santificado no meio dos filhos de Israel. Eu sou o Senhor que vos santifico” (Levítico 22:32).

A Letra de uma música transmite uma mensagem de forma clara. Já a música, sem a letra, dependendo da ocasião transmite mensagens que variam de pessoa para pessoa. Na Música Sacra, a letra que deve ter a importância, mas a mensagem da canção deve louvar a Deus, e não o satisfazer.

Por isso devemos saber a mensagem que a canção (sem a letra) representa, e sabermos qual é a música que nos afasta ou não de Deus. É bom lembrar de uma música que fala de um grande amor, sobre a natureza, que o próprio Deus criou.

Então, concluimos que "Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai." Filipenses 4:8

Filosofia Adventista de Música

A Igreja Adventista do Sétimo Dia veio à existência em cumprimento da profecia para ser instrumento de Deus na proclamação mundial das boas novas de salvação mediante a fé no sacrifício expiatório do Filho de Deus, e pela obediência aos Seus mandamentos no preparo para a volta do Senhor. A vida dos que aceitam esta responsabilidade deve ser tão característica e distinta como a mensagem que proclamam. Isto exige total entrega de cada membro aos ideais e objetivos da Igreja. Esta entrega relacionar-se-á com todas as esferas da vida eclesiástica, e certamente influenciará a música usada pela igreja no cumprimento de sua missão dada por Deus.
A música é um dos grandes dons que Deus concedeu ao homem, e um dos elementos mais importantes num programa espiritual. É uma avenida de comunicação com Deus e "é um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais" (Educação pág. 167). Relacionando-se, como o faz, com assuntos de conseqüência eterna, é essencial que o extraordinário poder da música deva ser considerado com clareza. Ela tem poder de exaltar ou corromper. Pode ser usada para o serviço do bem ou do mal. "Tem poder para subjugar as naturezas rudes e incultas; poder para suscitar pensamentos e despertar simpatia, para promover a harmonia de ação e banir a tristeza e os maus pressentimentos, os quais destroem o ânimo e debilitam o esforço" Ibidem.
Aqueles, pois, que escolhem a música para fins definidos em sua igreja, devem exercer um alto grau de discernimento na escolha e no uso das músicas. No esforço de atingir o ideal, necessita-se mais do que sabedoria humana. Recorrendo de novo à revelação como guia, nela encontramos os seguintes princípios gerais:
A música deve:
1 - Trazer glória a Deus e ajudar-nos em adoração aceitável a Ele.
"...ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus." I Coríntios 10:31
2 - Enobrecer, elevar e purificar os pensamentos do cristão.
"Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama; se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento." – Filipenses 4:8
"Fazia-se com que a música servisse a um santo propósito, a fim de erguer os pensamentos àquilo que é puro, nobre e edificante, e despertar na alma devoção e gratidão para com Deus. Que contraste entre o antigo costume, e os usos a que muitas vezes é a música hoje dedicada! Quantos empregam este dom para exaltar o eu, em vez de usa-lo para glorificar a Deus." – Patriarcas e Profetas, pág. 637.
3 - Influenciar efetivamente o cristão no desenvolvimento do caráter de Cristo em sua vida e na dos outros. (Manuscrito 57, de 1906)
4 - Conter letra que esteja em harmonia com os ensinos escriturísticos da Igreja.
"O canto é um dos meios mais eficazes para gravar a verdade espiritual no coração. Muitas vezes se têm descerrado pelas palavras do canto sagrado, as fontes do arrependimento e da fé." – Evangelismo, pág. 500
5 - Revelar uma compatibilidade entre a mensagem transmitida por palavras e a música, evitando-se mistura do sagrado com o profano.
6 - Fugir de exibições teatrais e com ostentação.
"Nenhum jota ou til de qualquer coisa teatral deve aparecer em nossa obra. A causa de Deus deve ter molde sagrado e celestial. Não permitais que haja qualquer coisa de natureza teatral, pois isto prejudicaria a santidade da obra." – Evangelismo, págs. 137 e 138; Review and Herald – 30 de novembro de 1900.
7 - Dar primazia à mensagem da letra, que não deve ser sobrepujada pelos instrumentos musicais que acompanham.
"Como pode o coração (dos cantores do mundo) achar-se em harmonia com as palavras do hino sacro? (...) não é o cantar forte que é necessário, mas a entonação clara, a pronúncia correta e a perfeita enunciação. (...) Seja o canto acompanhado por instrumentos de música habilmente tocados." – Obreiros Evangélicos, págs. 357 e 358
8 - Manter ponderado equilíbrio dos elementos emocional, intelectual e espiritual.
"Exibição não é religião nem santificação. Coisa alguma há mais ofensiva aos olhos de Deus , do que uma exibição de música instrumental, quando os que nela tomam parte não são consagrados, não fazendo em seu coração melodia para o Senhor. (...) Não temos tempo agora para gastar na busca de coisas que agradam unicamente os sentidos. É preciso íntimo esquadrinhar do coração." – Evangelismo, pág. 510.
9 - Jamais comprometer elevados princípios de dignidade e superioridade em esforços rasteiros para alcançar as pessoas descendo até onde elas estão.
"Quando os seres humanos cantam com o espírito e o entendimento, os músicos celestiais apanham a harmonia, e unem-se ao cântico de ações de graças." – Obreiros Evangélicos, pág. 357.
"Há pessoas que estão prontas para fazer uso de qualquer coisa estranha, que possam apresentar como surpresa ao povo. (...) Nunca devemos rebaixar o nível da verdade, a fim de obter conversões, mas precisamos elevar o pecador corrupto à alta norma da lei de Deus." – Evangelismo, pág. 137.
10 - Ser apropriada para a ocasião, para o ambiente e para o auditório que se destina.
"Os que fazem do cântico uma parte do culto divino, devem escolher hinos com música apropriada para a ocasião; não notas de funeral, porém melodias alegres e, todavia, solenes." – Evangelismo, pág. 508.
Há muito de espiritualmente enlevante e religiosamente válido na música dos vários grupos culturais e étnicos. Entretanto, os gostos e práticas musicais de todos devem conformar-se ao valor universal do caráter semelhante ao de Cristo, e todos devem lutar pela unidade no espírito e propósito do evangelho, que exige mais unidade do que uniformidade. Deve-se tomar cuidado em evitar os valores mundanos da música, os que deixam de expressar os altos ideais da fé cristã.
Os princípios acima servirão de orientação eficaz na escolha e uso da música nas necessidades várias da igreja. Certas formas de música como o jazz, o rock e outras formas híbridas semelhantes, são consideradas pela Igreja como incompatíveis com estes princípios. Pessoas responsáveis envolvidas nas atividades musicais da igreja, quer como dirigentes ou executantes, não encontrarão dificuldades na aplicação desses princípios em algumas áreas. Há outras áreas muito mais complexas, daí apresentarmos uma análise mais pormenorizada dos fatores envolvidos.
I – MÚSICA NA IGREJA
Música no Culto de Adoração
A adoração deve ser a atividade eterna e primordial da humanidade. O mais elevado fim do homem é glorificar a Deus. Ao vir o adorador à casa de Deus para oferecer um sacrifício de louvor, que o faça com a melhor música possível. O cuidadoso planejamento de cada parte musical é essencial, de modo que a congregação seja levada a participar e não ser uma mera espectadora.
Os hinos cantados neste culto devem ser dirigidos a Deus, realçando o louvor, e devem ser utilizados os grandes hinos de nossa herança como Igreja. Devem conter melodias vigorosas, fáceis de serem cantadas, com letra de valor poético. O pastor deve ter vivo interesse na melhoria da qualidade e fervor do canto congregacional. "Raras vezes deve o cântico ser entoado por uns poucos." – Conselhos Sobre Saúde, pág. 481. A experiência cristã será imensamente enriquecida com a aprendizagem de novos hinos.
Onde houver um coral, hinos escolhidos dos melhores compositores do passado e do presente, entoados por cantores e músicos dedicados e bem preparados, darão muito realce ao culto, ajudando a elevar a qualidade da adoração.
Música instrumental, incluindo órgão e piano, devem estar em harmonia com os sublimes ideais da adoração, e devem ser escolhidas entre as melhores, e bem de acordo com a capacidade e adestramento do executante. O instrumentista responsável pelo acompanhamento do canto congregacional tem grande e especial responsabilidade em sua participação, seja em prelúdios ou poslúdios, ofertório ou interlúdios para certas partes do culto, ou acompanhamento de hinos. Ele se acha numa posição ideal para elevar o nível da música no culto em sua igreja.Se no culto há solos vocais ou música especial, deve-se dar preferência aos que se relacionam com textos bíblicos, e a música deve estar bem de acordo com o alcance de voz do cantor e sua capacidade, e ser apresentada ao Senhor sem exibição de virtuosidade vocal. A comunicação da verdade deve ser o objetivo supremo.
Música no Evangelismo
A música empregada no evangelismo pode também incluir a música evangélica, a música de testemunho, porém sem comprometer os altos princípios de dignidade e excelência característicos de nossa mensagem que é preparar o povo para a segunda vinda de Cristo.
A música escolhida deve:
1 - Dirigir o ouvinte para Jesus como o Caminho, a Verdade e a Vida.
2 - Preparar o caminho para a apresentação da Mensagem da Palavra de Deus, mantendo seu apelo, suscitando uma resposta dos ouvintes.
3 - Ser executada e cantada por pessoas cuja vida seja coerente com a mensagem que apresentam.
4 - Ser um veículo da profunda impressão da verdade bíblica que inspirará uma positiva transformação na vida.
5 - Ser apresentada de maneira cuidadosamente planejada e ordenada.
6 - Ser simples e melódica, apresentada sem o realce da exibição pessoal.
7 - Dar primazia à pregação da Palavra, tanto no vigor da apresentação quanto na distribuição do tempo destinado ao cântico.
8 - Manter um apelo equilibrado à natureza emocional e intelectual, e não apenas encantar os sentidos.
9 - Ser compreensível e significativa, no conteúdo e no estilo, para a maior parte do grupo típico do auditório.
Música no Evangelismo de Jovens
No campo do testemunho da juventude, tem aplicação a maioria das sugestões acima. Há, porém, considerações que se devem fazer a certos aspectos que são peculiares a esta área.
Os jovens tendem a identificar-se intimamente com a música jovem contemporânea.
O desejo de alcançar a juventude com o evangelho de Cristo onde ela se encontra, leva, às vezes ao emprego de estilos musicais questionáveis. Em todos estes estilos, o elemento que traz maiores problemas é o ritmo, ou 'batida'.
De todos os elementos musicais é o ritmo que provoca a mais forte reação física. Os maiores êxitos de Satanás são freqüentemente obtidos pelo seu apelo à natureza física. Demonstrando atilado conhecimento dos perigos que há neste apelo à juventude, Ellen G. White afirmou: "Eles têm um ouvido aguçado para a música e Satanás sabe qual órgão excitar, incitar, absorver e fascina a mente de modo que Cristo não seja desejado. Desvanecem-se os anseios espirituais da alma por conhecimento divino, por crescimento em graça." – Testimonies to the Church, Vol. 1, pág. 497. Esta é uma forte indicação da maneira pela qual a música pode ser usada em direta oposição ao plano de Deus. Os já mencionados estilos de "jazz", "rock" e outras formas híbridas semelhantes são notórios em criar reações sensuais nas multidões.
Temos, por outro lado, muitos estilos de música folclórica tradicional, acatados como legítimos afluentes do caudal da música. Alguns deles são aceitos como veículo para expressar o testemunho cristão. Outros, que poderiam ser aceitos num ambiente secular, são impróprios para apresentar o nome do Salvador. Outros ainda situam-se completamente fora da experiência cristã. Fique claro, portanto, que qualquer forma de expressão musical folclórica deve ser julgada pelos mesmos princípios gerais aplicados aos outros tipos de música considerados neste documento.
"Mais elevado do que o sumo pensamento humano pode atingir, é o ideal de Deus para Seus filhos." – Educação, pág. 18. Os que se esforçam por alcançar este elevado ideal e os que dirigem as apresentações da juventude acharão orientação através do piedoso estudo da música com o auxílio do Espírito Santo.
Além do problema do ritmo, há outros fatores que afetam as qualidades espirituais da música:
Tratamento Vocal – O estilo estridente comum ao "rock", o estilo insinuante, sentimental, cheio de sopros ao jeito dos solistas de boate e outras distorções da voz humana devem ser terminantemente evitados.
Tratamento da Harmonia – Deve-se evitar música saturada com acordes de 7a, 9a, 11a, e 13a, bem como outras sonoridades extravagantes. Estes acordes, quando usados com restrição, produzem beleza, mas usados em excesso desviam a atenção do conteúdo espiritual do texto.
Apresentação Pessoal – Não deve ter lugar nas apresentações qualquer coisa que chame indevidamente a atenção para o cantor ou executante, como movimento excessivo e afetado do corpo, ou traje inadequado.
Volume de Som – Deve-se ter muito cuidado em evitar excessiva amplificação do som, quer instrumental, quer vocal. O volume do som deve ser adequado às necessidades espirituais dos que apresentam a linguagem musical, bem como dos que a recebem. Deve-se selecionar cuidadosamente os instrumentos cujo som deverá ser amplificado.
Apresentação – Toda apresentação de música sacra deve ter o objetivo supremo de exaltar o Criador, em lugar de exaltar o músico ou prover entretenimento.
Música no Lar
1 - A educação musical e apreciação da música devem começar cedo na vida da criança
a) Pelo relacionamento com os grandes hinos e cânticos espirituais na experiência feliz e informal do culto familiar.
b) Pela formação, no lar, do hábito correto de ouvir, através de aparelhos de som, músicas cuidadosamente selecionadas.
c) Por freqüentar, com a família, a concertos musicais que estejam de acordo com os padrões delineados neste documento.
d) Pelo apropriado exemplo e influencia dos pais.
2 - Deve-se encorajar o cântico familiar e a participação em conjuntos instrumentais de família.
3 - Deve-se incentivar a composição de letras e músicas para cânticos.
4 - Deve-se ter uma biblioteca sobre música, com material sabiamente escolhido.
5 - Deve-se reconhecer que Satanás acha-se empenhado numa batalha pela conquista da mente das pessoas, e podem ocorrer mudanças de maneira imperceptível alterando a percepção e avaliação do bem e do mal. Deve-se ter extremo cuidado no tipo de programação e música ouvida no rádio e na TV, evitando-se especialmente o vulgar, barato, sedutor, imoral, teatral, e identificável com as tendências da contracultura.
Música nos Educandários
1 - No preparo e apresentação de música para fins religiosos, os administradores e professores dos colégios devem trabalhar com os alunos de maneira a exaltar os padrões musicais da igreja.
2 - Conjuntos musicais que vão se apresentar fora da escola devem ter o apoio e orientação de pessoas designadas pela administração, sejam professores de música ou outros.
3 - Os responsáveis pela escolha de música para os sistemas de som de nossas escolas devem faze-lo em conformidade com a filosofia de música expressa neste documento.
4 - Nos conjuntos musicais ou no ensino individual, os professores devem fazer decididos esforços para ensinar músicas que possam ser usadas na igreja e nas atividades de ganhar almas.
5 - Sendo que um dos objetivos básicos dos cursos de análise e apreciação musical nas escolas é ensinar o discernimento à luz da revelação divina, os instrutores dessas classes em todos os níveis educacionais devem incluir informações sobre a arte de julgar o valor e a qualidade na área da música religiosa.
6 - A Igreja e a Associação locais devem esforçar-se para eliminar deficiências culturais. Para este fim os elementos treinados em música, devem liderar os ensaios e atividades musicais, de modo a prover os sublimes ideais de adoração.
7 - As apresentações de música nas instituições educacionais adventistas devem estar de acordo com as normas da igreja. Isto se aplica não só aos talentos locais, como também aos artistas e conjuntos visitantes, incluindo a música de filmes.
II – MÚSICA SECULAR
A música "corretamente empregada (...) é um dom precioso de Deus, destinado a erguer os pensamentos a coisas altas e nobres, a inspirar e elevar a alma." – Educação, pág. 166.
O estilo de vida adventista do sétimo dia exige que o cristão individualmente exerça um alto grau de discernimento e responsabilidade pessoal na escolha da música secular para uso próprio, ou apresentação de solos ou conjuntos. Todas essas músicas devem ser avaliadas à luz das instruções dadas em Filipenses 4:8: "Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama; se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento." Deve-se também ter em mente a admoestação dada por Ellen G. White em Testimonies to the Church, Vol. 1, pág. 497:
"Foi-me mostrado que a juventude precisa colocar-se em posição mais elevada e fazer da Palavra de Deus sua conselheira e guia. Solenes responsabilidades recaem sobre a juventude, que ela considera descuidadamente. A introdução de música em seus lares, em vez de incentivar a santidade e espiritualidade, tem sido o meio de desviar-lhes a mente da verdade. Canções frívolas e músicas populares da época parecem compatíveis com o seu gosto. Os instrumentos de música têm tomado o tempo que deveria ser dedicado à oração. A música, quando bem empregada é uma grande bênção; quando mal usada, porém, é terrível maldição."
O cristão não entoará canções incompatíveis com os ideais da verdade, da honestidade e da pureza. Evitará elementos que dêem a aparência de tornar o mal desejável ou a bondade parecer trivial. Procurará evitar composições que contenham frases banais, poesia pobre, absurdos, sentimentalismos ou frivolidades, que desencaminham a pessoa dos conselhos e ensino das Escrituras e do Espírito de Profecia.
Considerará músicas como "blues", "jazz", o estilo "rock" e formas similares como inimigas do desenvolvimento do caráter cristão, porque abrem a mente a pensamentos impuros a levam ao comportamento não santificado. Tais tipos de música têm uma direta relação com o "comportamento permissivo" da sociedade contemporânea. A distorção do ritmo, da melodia, e da harmonia como empregados nestes gêneros de música e sua excessiva amplificação, embotam a sensibilidade e finalmente destroem a apreciação por aquilo que é bom e santo.
Deve-se tomar cuidado ao usar melodia secular com letra religiosa para que não prevaleça a conotação profana da música sobre a mensagem da letra. Além disso, o cristão esclarecido, ao escolher qualquer música secular, para ouvir ou executar, não incluída nas categorias acima, sujeitará tal música ao teste dos critérios delineados nesta Filosofia de Música.
O cristão genuíno é capaz de dar testemunho a outros, pela sua escolha da música secular para ocasiões sociais. Através de diligente busca e cuidadosa seleção, escolherá o tipo de música compatível com suas necessidades sociais e seus princípios cristãos.
"Deve haver uma vívida comunhão com Deus em oração, uma vívida comunhão com Deus em cânticos de louvor e ações de graças." – Evangelismo, pág. 498.
Conferencia Geral – IASD
Concílio Outonal – 1972

Fonte: http://www.comunidadeadventista.com/

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